COLUNA DA LELA


UM FILME QUE JÁ CONHECEMOS

Domingo, 27/04/2025, 22h04min - Foto: Divulgação UM FILME QUE JÁ CONHECEMOS

É quase constrangedor precisar repetir, rodada após rodada, a mesma análise: o Grêmio entrou em campo e apresentou o mesmo futebol burocrático de sempre. Mais uma vez, o meio-campo foi incapaz de criar qualquer jogada relevante. A criatividade, tão essencial para um time grande, segue desaparecida — como se fosse um luxo ao qual o clube já não pudesse mais aspirar.

Ainda assim, em meio a um mar de mediocridade, o Grêmio achou um gol. Oliveira, isolado como única válvula de escape, voltou a carregar nas costas uma equipe que parece ter se resignado a um futebol de sobrevivência. No segundo tempo, a postura foi a de um time pequeno: linhas baixas, total entrega ao adversário e a expectativa de que o relógio, sozinho, pudesse garantir o resultado.

Não deu. Como de costume, o gol sofrido era apenas uma questão de tempo. E, como em tantas outras noites, após ser vazado, o Grêmio se viu incapaz de reagir. Tentou sair para o jogo, mas revelou outra face da mesma limitação: não consegue manter a bola, tampouco criar jogadas minimamente perigosas. A recuperação é imediata, mas a perda também. Um ciclo de impotência que vai desgastando até o mais fiel dos torcedores.

É verdade que houve uma leve melhora na defesa — seria injusto não reconhecer. Mas a essência do problema permanece intacta: um time tecnicamente pobre, previsível e que parece preso em um roteiro que já não surpreende ninguém. Mais um jogo em que o Grêmio foi apenas uma pálida repetição de si mesmo.

Rafaela Glavam - Educação Física PUCRS