COLUNA DO SAADI


O OCTA EM RISCO

Sexta-feira, 28/02/2025, 09h02min - Foto: Lucas Uebel / Grêmio FBPA O OCTA EM RISCO

Nosso maior rival conseguiu algumas poucas façanhas, como o primeiro hexa e, até então, o único octacampeonato gaúcho. Eu vim muito depois disso, não vi ao vivo o que os coirmãos celebraram naquele tempo. Mas é fato que eles defendem esse feito com unhas e dentes, porque, até então, eram as maiores glórias regionais que eles tinham para mostrar.

Depois disso, a história conta o que todo mundo sabe: o Grêmio ganhou três Libertadores, conquistou o mundo, empilhou Copas do Brasil e ainda venceu Brasileiros. Mas, mais recentemente, nossa hegemonia de sete títulos consecutivos fez o Grêmio olhar para o Estadual com outros olhos e valorizá-lo como ele merece.

Eu sou do interior e, para nós, torcedores do interior, não tem preço ver o Grêmio jogando nas nossas cidades. Nunca esqueço de uma história que minha mãe sempre me conta: ela viu Renato jogando em Vacaria, minha cidade natal, contra o Glória, o time local. Imagina que memória fantástica para quem é gremista de família. E é assim por onde o Grêmio passa no estado. Memórias são criadas e ficam para sempre na cabeça do torcedor tricolor. E é por isso que esse campeonato merece ser valorizado.

É óbvio que as Copas são mais importantes e fazer um bom Brasileiro é essencial. Mas o simbolismo desse octacampeonato vai além de uma taça. Com ele, o Grêmio iguala um recorde histórico do rival e os deixa completamente assustados porque ficamos a um título de nos tornarmos o maior campeão estadual. O Grêmio já é o maior campeão de Copa do Brasil e de Libertadores e seria mais uma hegemonia para chamar de nossa.

Só que a preocupação é grande. Porque justo no ano em que podemos ser octa, coisas estranhas acontecem. Como explicar aquela expulsão ridícula do João Lucas contra o Ypiranga? Ou o lance bizarro do pênalti no Monsalve, que todo mundo viu? Eu sei que é chato parecer conspiracionista, mas como explicar um pênalti que o Brasil e o mundo inteiro condenaram ser tratado como normal?

Aí o Grêmio reclama e já surgem acusações de que nossos dirigentes estão "coagindo a arbitragem". Coagindo por criticar um trabalho que, no mínimo, foi duvidoso? A verdade é que o Grêmio não terá facilidade em Caxias, em parte porque o Juventude tem um bom time, mas me preocupo muito mais com as tais coisas estranhas voltando a acontecer.

Que toda a sorte do mundo esteja com Anderson Daronco, seus assistentes e o VAR. E que, dessa vez, a arbitragem não precise interferir de novo no rumo do campeonato.

César Augusto Saadi - Jornalista Esportivo