COLUNA DO SAADI


FRIO, SONO E PREOCUPAÇÃO: A ESTREIA DO GRÊMIO EM 2025

Sexta-feira, 24/01/2025, 10h01min - Foto: Divulgação FRIO, SONO E PREOCUPAÇÃO: A ESTREIA DO GRÊMIO EM 2025

Já passava das duas da manhã aqui em Amsterdam quando o juiz apitou o início do jogo entre Grêmio e Brasil de Pelotas, no Bento Freitas. Na sala vazia, com o termômetro marcando zero graus e um frio de renguear cusco, me preparei para o que já parecia previsível: a estreia de um time ainda travado pela pré-temporada e os poucos dias de treino. E foi exatamente isso que vimos.

O jogo foi sonolento, mas até trouxe alguns lampejos. Tivemos chances, e Braithwaite poderia ter garantido os três pontos não fosse a trave pelotense. Ainda assim, minha impressão honesta é de déjà vu. Em vários momentos, parecia que estávamos assistindo ao Grêmio de 2024: lento, pouco criativo e cometendo erros técnicos que, sinceramente, preocupam. Aqui destaco Mayk e Pavón, que tiveram atuações bem abaixo do esperado e fazem a gente questionar se o planejamento está no rumo certo.

Claro, é só o primeiro jogo, e estreias nunca são parâmetro definitivo. Mas não dá para ignorar as palavras do técnico Gustavo Quinteros após a partida: “urgência”, “encorpar o grupo”, “reforçar”. Ele viu — e certamente está vendo mais nos treinos — que este elenco ainda é insuficiente para quem pretende brigar por títulos.

Quinteros, aliás, tem minha confiança. Suas entrevistas mostram clareza e senso de urgência, e seu currículo vencedor gera um otimismo grande. Mas a direção precisa agir com rapidez para dar ao técnico o que ele necessita. O Gauchão deste ano é curto, com a fase classificatória terminando em menos de um mês, e o Grêmio não pode nem pensar em ficar fora da decisão. O octa terá de ser tratado como prioridade.

Por fim, sobre Tiago Volpi, a polêmica nova contratação para o gol. É brochante (não encontrei outro termo) saber que a justificativa da sua chegada é resumida na frase: “era a opção que tinha”. Um clube do tamanho do Grêmio dizer isso me deixa sem graça. No entanto, minha torcida é para que Volpi cale a boca de quem, como eu, ficou desconfiado com sua vinda.

César Augusto Saadi - Jornalista Esportivo