FELIPÃO CONVOCA A TORCIDA, MAS O CENÁRIO NÃO AJUDA

Com o retorno do Grêmio à Arena após uma sequência de jogos fora de casa, Luis Felipe Scolari fez um apelo público à torcida: quer ver o estádio cheio. Agora como coordenador de futebol, Felipão tenta resgatar o ambiente positivo no clube e mobilizar os gremistas para apoiar a equipe em um momento decisivo da temporada. No entanto, a convocação esbarra em um cenário de desânimo generalizado. O clube vive uma crise dentro e fora de campo, e a expectativa para o confronto contra o Santos, na Arena, gira em torno de apenas 20 mil torcedores.

Mesmo com o peso da figura de Felipão, ídolo e símbolo de conquistas históricas, o distanciamento entre time e arquibancada parece mais profundo do que nunca. A diretoria não se posiciona de forma clara, os resultados seguem negativos e o torcedor — cansado — tem respondido com a ausência. Não se trata apenas de desempenho: trata-se de falta de respeito com quem sustenta o clube.

O reflexo mais evidente disso está no tratamento dado ao torcedor do interior. Aquele que percorre centenas de quilômetros, que encara estrada, gasto e logística complicada para estar presente na Arena, e que mesmo assim, quando chega, encontra desorganização, descaso e má vontade. Estacionamento inadequado, dificuldades na compra de ingressos e atendimento precário têm afastado justamente quem mais se esforça para estar ao lado do clube.

Resta saber se o apelo de Felipão será suficiente para mudar esse quadro. Se sua história, sua voz e seu prestígio ainda têm força para unir o torcedor em torno do time — mesmo em meio a uma temporada decepcionante. O que está claro é que a Arena precisa ser mais do que um palco: precisa ser um espaço acolhedor para todo gremista, e não apenas para quem está a poucos minutos de distância.

Da Redação Grêmio Torcedor

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