A LIÇÃO DE 2024
Segunda-feira, 02/12/2024, 18h12min - Foto: DivulgaçãoA vitória por 2 a 1 sobre o São Paulo, no último fim de semana, simboliza o fim de um ano desafiador para o Grêmio. Embora a temporada 2024 ainda tenha dois jogos restantes, a permanência na Série A já garante nosso alívio. Foi um ano complicado, marcado pela enchente que afastou o time da Arena por boa parte do campeonato, afetando logística e rendimento. Ainda assim, o Grêmio conseguiu atravessar esse período sem grandes prejuízos.
Sim, o ano não teve grandes prejuízos técnicos. Diferente de 2021, quando o maior deles veio: a queda para a Série B. E naquela temporada, o Grêmio não enfrentou uma enchente, mas sim uma crise interna profunda. Sem Renato, o clube passou por uma sequência de técnicos — Felipão, Tiago Nunes e Vagner Mancini —, mas ninguém conseguiu evitar o rebaixamento.
Em 2024, porém, a história foi outra. Renato Portaluppi trouxe estabilidade. Mesmo que o time não tenha sido competitivo como em outros anos, sua liderança foi fundamental para evitar o pior. Ele prometeu, pós enchente, que o Grêmio não cairia — e cumpriu.
Ainda assim, a temporada de Renato esteve longe de ser brilhante. Demonstrou cansaço, teimosia e dificuldade em extrair o melhor dos atletas. Suas entrevistas refletiram esse desgaste. Mas, ao contrário de 2021, ele entregou o mínimo: manteve o Grêmio na elite. Outros não fizeram isso.
Concordo que, para 2025, a saída de Renato é justa. Esse ciclo parece ter chegado ao fim. No entanto, é fundamental que o Grêmio encontre líderes capazes de, nos momentos de dificuldade, chamarem a responsabilidade e não deixarem o pior acontecer. A lição que fica é clara: liderança forte é indispensável, especialmente em tempos de crise.
Agora, com dois jogos restantes, o Grêmio busca uma vaga na Copa Sul-Americana e já começa a planejar 2025, um ano que promete ser de reconstrução, mas com a necessidade de líderes que saibam carregar o clube nos ombros quando for preciso.
César Augusto Saadi - Jornalista Esportivo